RSS

Sala Rosa


Caracterização da Sala Rosa

    A organização do espaço interior de uma instituição como o infantário o Sapatinho é de extrema importância já que “(…) o tipo de equipamentos, os materiais existentes e a forma como estão dispostos condicionam, em grande medida, o que as crianças podem fazer e aprender”(Orientações Curriculares, 1997 : 37).

    A actividade foi realizada na sala dos 2 anos e meio, Sala Rosa, (Sala de transição). Esta sala está situada na parte de jardim-de-infância, próxima ao refeitório. É uma sala ampla, com boa iluminação pois dispõe grandes janelas e arejamento natural o que contribui para que o ambiente seja estável e acolhedor.

    Na sala é possível observar várias áreas temáticas, desde a casinha das bonecas, a biblioteca, a área dos jogos, a garagem, os puzzles. É de salientar também que a nível das arrumações, esta sala dispõe de vários armários para o efeito. Apresenta-se com móveis e materiais arrumados de forma agradável, bem organizados e convidativos, ambiente na qual as crianças se sentem motivadas, podendo escolher e colaborar na sua organização. A Sala Rosa apresenta uma casa de banho com dez bacios, duas sanitas, um poliban, dois lavatórios, um toalheiro e uma bancada com armário.

    Na área da biblioteca existem vários livros; na área da casinha das bonecas ou área do faz-de-conta existem bonecas, malas, uma cama, pentes, uma cozinha com fogão, copos entre muitos outros; na área dos jogos existe um armário grande e um colchão amarelo semelhante aos colchões de ginásio, onde cada criança se senta para conversar, ouvir uma história, ver livros ou até mesmo brincar; e ainda a área onde as crianças podem realizar as actividades orientadas pela educadora que alberga duas mesas com cadeiras.



Referência:
Ministério da Educação (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Lisboa: Ministério da Educação: Departamento da Educação Básica - Gabinete para a Expansão e Desenvolvimento da Educação Pré-Escolar.


Indicador Socioeconómico

Clique para Ampliar


   Segundo os dados levantados, foi possível concluir que os pais das crianças que frequentam a Sala Rosa têm poucas habilitações académicas. A habilitação académica mais alta é a da família 1, em que pai e mãe possuem o 12º ano, tendo ambos o mesmo Indicador Sócio-Profissional individual (ISPI), que é EE, ou seja, empregados executantes.
  
   Das onze famílias, existem três pais que não fazem parte do agregado familiar, isto é, o agregado familiar destas três crianças é monoparental, sendo o ISPI da mãe que prevalece.

    A nível profíssional, 5 dos 22 pais estão desempregados neste momento e duas mães são estudantes.

    O Indicador Sócio-Profissonal Familiar (ISPF) que predomina é o EE, ou seja, Empregados Executantes (Famílias 1, 2, 6, 7 e 8).

    O ISPF da família 4 é Trabalhadores Independentes Pluriactivos (Tlpl). O ISPF da família 5 é TI, ou seja, Trabalhadores Independentes. Já a família 9, apresenta um ISPF de Assalariados Agrícolas, ou seja, AA.

    Após a análise dos dados recolhidos, podemos concluir que as crianças da Sala Rosa pertencem a um nível socioeconómico baixo.


Referência:
http://www.ine.pt/, Consultado em [28-11-09]



A caracterização da criança segundo os estádios de Jean Piaget


 Jean Piaget (1896-1980) foi um dos psicólogos mais influentes do século XX inspirando a investigação sobre o desenvolvimento cognitivo das crianças e colocando a ênfase nos processos mentais internos desta.

    A partir das observações dos seus filhos e outras crianças, Piaget criou uma teoria compreensiva do desenvolvimento cognitivo. Assim, com o intuito de descobrir a maneira de pensar das crianças, adoptou um método clínico que combinava a observação com o questionamento flexível. Utilizando este método Piaget descreveu as crianças como seres activos, em crescimento, com impulsos internos e padrões de desenvolvimento característicos. “A criança é vista como construtora do seu próprio mundo. Acreditava que o desenvolvimento intelectual era uma continuação directa do crescimento biológico inato. A capacidade de pensar nasce de uma base fisiológica”(Sprinthall & Sprinthall, 1993: 99).

    Piaget descreveu o desenvolvimento cognitivo segundo quatro estádios qualitativamente diferentes: estádio sensório – motor dos 0 aos 2 anos; estádio pré-operatório dos 2 aos 7 anos; estádio das operações concretas dos 7 aos 11/12 anos e o estádio das operações formais dos 12 aos 16 anos. Em cada estádio, a criança desenvolve progressivamente uma nova forma de operar sobre o ambiente em que está inserida.

    Tendo em conta as considerações de Piaget, as crianças da Sala Rosa encontram-se no estádio pré-operatório. Nesta fase, a criança desenvolve um sistema de representações e usa símbolos para representar pessoas, lugares e acontecimentos. A linguagem e o jogo simbólico são manifestações importantes deste estádio. A nível da linguagem, as crianças estão mais abertas à aprendizagem da língua, assim, podemos afirmar que, quanto mais rico for o meio verbal durante este período, mais provável será que a linguagem se desenvolva.

    As crianças, não estando limitadas ao meio sensorial imediato como ocorria no estádio anterior, começam já a desenvolver algumas imagens mentais, como a permanência do objecto. Expandem a capacidade de aumento e armazenamento de imagens, adquirindo aos poucos vocabulário e as estruturas gramaticais da língua.

    Pode-se ainda destacar o egocentrismo intelectual, em que a criança não é capaz de perceber o ponto de vista do outro, somente o seu. Este egocentrismo é verificado nos objectos e seres vivos aos quais a criança atribui emoções, intenções e comportamentos próprios ao ser humano.

    A criança responde com base na aparência por não conseguir efectuar operações mentais. Podemos assim dizer que as estruturas mentais no estádio pré-operatório são intuitivas, livres e altamente imaginativas.



Referências Bibliográficas:

Papalia, Diane. Olds, Sally. Feldman, Ruth. (2001). O Mundo da Criança. Lisboa: McGraw-Hill.

Piaget, Jean, Inhelder, Bärbel (1979). A psicologia da criança – do nascimento à adolescência. Lisboa: Moraes Editores.

Sprinthall, Norman A., Sprinthall, Richard C.(1993) Psicologia Educacional. Portugal: McGraw- Hill.




Caracterização do grupo de crianças


Segundo as Orientações Curriculares (1997) a exigência de resposta a todas as crianças por parte do educador “(...) pressupõe uma pedagogia diferenciada, centrada na cooperação, em que cada criança beneficia do processo educativo desenvolvido com o grupo”(p.14).

   
    O grupo com o qual desenvolvemos a nossa actividade é constituído por 11 crianças, de idades compreendidas entre os 25 e os 36 meses. Três crianças são do sexo feminino e oito são do sexo masculino.



    Todas as crianças do grupo estão a frequentar pela primeira vez este Infantário. A grande maioria das crianças é proveniente das redondezas da instituição, mais precisamente do bairro de Santo Amaro. A classe económica das crianças é baixa, sendo que a maior parte dos agregados familiares vive do subsídio de desemprego ou do rendimento mínimo.

     A nível da higiene, as crianças ainda não têm o controlo dos esfíncteres feito. Este processo irá realizar-se em Janeiro.
    A nível comportamental, é visível o egocentrismo característico desta idade. As crianças apresentam dificuldades em partilhar os objectos.
    No que respeita à alimentação a maioria das crianças já faz as refeições sozinhas, no entanto, algumas ainda necessitam da ajuda do adulto.



Referência:
Ministério da Educação (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Lisboa: Ministério da Educação: Departamento da Educação Básica - Gabinete para a Expansão e Desenvolvimento da Educação Pré-Escolar.

 

Projecto de Sala/ Metodologia

    Na altura em que realizámos a nossa actividade, o Projecto de Sala ainda se encontrava em fase de construção. No entanto, foi-nos dito pela Educadora Cooperante que este incidirá sobre as regras de conduta e convivência das crianças no sentido de estas serem capazes de criar e manter relações sociais com os outros indivíduos. A educação, em todos os aspectos, é considerada um eixo fundamental para a vida destas crianças!
    No que concerne à metodologia utilizada, pôde-se constatar que a Educadora não se rege por uma metodologia específica, mas pelo contrário, encoraja as crianças a explorarem, a interagirem, a serem criativas, a seguirem os seus próprios interesses e a brincarem.



Rotina da Sala Rosa

    Segundo as Orientações Curriculares (1997) “o tempo educativo tem, em geral, uma distribuição flexível, embora corresponda a momentos que se repetem com uma certa periodicidade.”Assim, para além da organização do ambiente, o educador deverá planear uma rotina diária consistente que apoie a aprendizagem activa.

    A rotina permitirá à criança “(…) antecipar aquilo que se passará a seguir e dá-lhes um grande sentido, controlo sobre aquilo que fazem em cada momento do seu dia pré-escolar(…)” (Hohmann e Weikart, 2007: 8).

    Assim e no contexto da nossa prática pedagógica podemos observar em baixo as rotinas das crianças da Sala Rosa.

Clique para Ampliar



Referências Bibliográficas:

Hohmann, M. Weikart, David P. (2007). Educar a Criança. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Ministério da Educação (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Lisboa: Ministério da Educação: Departamento da Educação Básica - Gabinete para a Expansão e Desenvolvimento da Educação Pré-Escolar.


0 comentários:

Enviar um comentário